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O futebol brasileiro tem visto um fenômeno crescente que se firmou no tecido do esporte: as casas de apostas. Estas empresas, que antes operavam principalmente nas margens do cenário esportivo, agora se tornaram um dos maiores patrocinadores das equipes de futebol brasileiras.

De acordo com o site MktEsportivo, 19 das 20 equipes da Série A do futebol brasileiro são atualmente patrocinadas por empresas de apostas. Entretanto, esta presença dominante também levantou questões sobre a integridade do esporte e a necessidade de regulamentação das apostas esportivas.

Confira abaixo quantos clubes são patrocinados por casas de apostas, quais os clubes, o impacto que isso gerou e gera no esporte, e como o governo está tentando fiscalizar e regulamentar a situação. Boa leitura!

Brasileirão das Casas de Apostas: Quando o mundo das apostas se choca com o mundo do futebol

O crescente mercado de apostas esportivas no Brasil tem se tornado um importante financiador para clubes de futebol no país. Segundo dados recentes, cerca de 69,4% dos 124 times que disputarão as Séries A, B, C e D do Brasileirão em 2023 contam com patrocínio de plataformas de apostas, com 33,9% delas sendo patrocínios másteres, ou seja, ocupando a parte mais nobre das camisas dos times. ⚽

A Série B é a divisão com a maior representação dessas plataformas, com 100% dos 20 clubes possuindo parcerias comerciais nessa área, 65% das quais são patrocínios máster.

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Os 4 grandes clubes de SP e RJ são patrocinados por casas de apostas.

Com a expectativa da regulamentação do governo federal para as apostas esportivas, os clubes se beneficiaram bastante desses patrocínios. Por exemplo, o Sport conseguiu reformar seu Centro de Treinamento graças à parceria com a Betnacional, e o Botafogo-SP teve um aumento de 400% no valor da camisa em relação a 2022 devido ao patrocínio máster da EstrelaBet.

Na Série A, apenas o Cuiabá começou o campeonato sem dinheiro de apostas. No entanto, os outros 19 clubes têm contratos com empresas do setor, e 55% dos patrocínios másteres são provenientes do ramo de apostas. Além disso, 11 dos 20 clubes da elite trocaram de casas de apostas em 2023, com acordos mais vantajosos sendo assinados.

Na Série C, 60% dos clubes contam com patrocínios de plataformas de apostas, sendo 25% másteres. Na Série D, 54,7% dos 64 times têm apoio de plataformas de apostas, sendo 18,75% patrocínios máster.

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E qual o problema com esses patrocínios?

Bom, é aí que a questão começa a ficar mais complicada. Apesar desse cenário promissor, um problema emergente é que, com essa ascensão das casas de apostas, surgiram também preocupações com a possibilidade de manipulação de resultados.

Quem não se lembra, no começo do ano, quando estourou o escândalo das apostas esportivas em alguns jogos do campeonato brasileiro, envolvendo jogadores da série A? Obviamente que isso não é culpa das casas de apostas, mas em um cenário que há tanto dinheiro correndo solto, sem regulamentação e taxação, é o ambiente ideal para os crimes ocorrerem.

⚠️ Importante ressaltar que essa manipulação é cometida principalmente por terceiros, não diretamente ligados às casas de apostas, aos eventos esportivos, atletas ou dirigentes. Com objetivo de alterar resultados para obter lucros em apostas pré-determinadas. Esta realidade apenas ressalta a urgência da regulamentação do setor de apostas esportivas no Brasil.

Portanto, a solução emergente é que o governo planeja proibir empresas de apostas que não possuem licença no Brasil de patrocinar clubes. A taxa de licenciamento será de R$ 30 milhões por cinco anos, o que pode afastar empresas menores.

No entanto, o Ministério da Fazenda pretende conceder um período de transição de 180 dias, de modo que os clubes não devem ficar sem o dinheiro das apostas este ano. O impacto da saída de algumas dessas empresas pode ser sentido principalmente pelas equipes menores a partir de 2024. Para os clubes da Série A, a expectativa é de que a próxima temporada traga ainda mais verba com patrocínio de empresas do setor após a regulamentação.

Os Passos do Governo

Diante das preocupações emergentes, o Poder Executivo brasileiro prepara medidas para regulamentar as apostas esportivas. Segundo o assessor especial do Ministério da Fazenda, José Francisco Manssur, será enviado ao Congresso Nacional um projeto de lei para a criação de uma secretaria nacional de jogos e loterias.

Esta secretaria será responsável por regulamentar as apostas por cota fixa, que são o caso dos sites esportivos, bem como toda a parte de jogos e loterias do governo federal.

O governo pretende estabelecer normas específicas para o tema investigado: fraudes financeiras envolvendo sites de apostas sediados no exterior e o aliciamento de jogadores para manipular o resultado de partidas.

Há uma proposta para exigir que as empresas de apostas tenham sede no Brasil, possuam um capital social mínimo e empreguem um determinado número de brasileiros, além de um valor de outorga para credenciamento.

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Monitoramento e Distribuição dos Lucros das Apostas

A manipulação de resultados em jogos de futebol será combatida com o uso de sistemas de monitoramento em tempo real das apostas feitas. Uma aposta atipicamente alta, por exemplo, acionará um sinal de alerta no Ministério da Fazenda.

A regulamentação também estipula a distribuição dos valores arrecadados com as apostas: 0,82% para a educação, 2,55% para o Fundo Nacional de Segurança Pública, 1,63% para os clubes pela cessão de marcas aos sites de apostas, 10% para a seguridade social e 1% para o Ministério do Esporte.

O governo estima que a falta de regulamentação custa ao Brasil cerca de R$ 10 milhões por dia em receitas fiscais.

Considerações Finais

A questão da regulamentação das apostas esportivas no Brasil é complexa e necessária. Os sites de apostas têm se tornado cada vez mais populares e estão cada vez mais inseridos na cultura do futebol.

O crescimento do envolvimento das casas de apostas com o futebol brasileiro é impressionante. De norte a sul do país, equipes da Série A ostentam as marcas de empresas de apostas em suas camisas.

Portanto, é fundamental que haja uma regulamentação adequada para prevenir a manipulação de resultados e assegurar a integridade do esporte. Enquanto isso, o debate continua, com todos os olhos voltados para o governo e sua próxima jogada.

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